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Caso Benício: cronologia do atendimento que levou à morte após adrenalina

G1

A morte do pequeno Benício Xavier de Freitas, de apenas 6 anos, em um hospital particular de Manaus, deflagrou uma investigação policial e gerou grande comoção. Os pais da criança denunciaram que o falecimento ocorreu após a administração de uma dose considerada incorreta de adrenalina por via intravenosa, o que teria provocado múltiplas paradas cardíacas. Este caso, que envolve acusações de erro médico e negligência, levanta questões cruciais sobre protocolos de atendimento, a comunicação entre profissionais de saúde e a segurança do paciente. A seguir, apresentamos uma cronologia detalhada dos eventos que culminaram na trágica morte de Benício, desde a sua entrada no hospital até o desenrolar das investigações. Acompanhe os fatos para entender melhor este caso complexo e delicado.

Cronologia Detalhada do Caso Benício

Entrada no Hospital e Administração de Medicamentos

Na noite de sábado, Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia com sintomas de tosse seca e suspeita de laringite, precedidos por dois episódios de febre. Segundo o relato dos pais, a médica plantonista examinou a criança e prescreveu uma série de medidas, incluindo lavagem nasal, soro, xarope e, controversamente, três doses de adrenalina intravenosa, com 3 ml cada, a serem administradas a cada 30 minutos. A aplicação da medicação foi realizada por uma técnica de enfermagem que estava de plantão.

Questionamentos e Aplicação da Adrenalina

Os pais de Benício expressaram preocupação ao verem a prescrição da adrenalina por via intravenosa, uma vez que a criança só havia recebido a medicação por nebulização anteriormente. De acordo com o pai, Bruno Freitas, a técnica de enfermagem admitiu nunca ter administrado adrenalina dessa forma, mas afirmou que seguiria a prescrição médica.

Agravamento do Quadro Clínico

Após a administração da adrenalina, o quadro clínico de Benício apresentou uma piora repentina. A criança ficou pálida, seus membros apresentaram coloração arroxeada e ele se queixou de uma sensação de queimação no coração. A saturação de oxigênio caiu para cerca de 75%. Diante dessa situação crítica, Benício foi levado para a sala vermelha e, posteriormente, intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 23h.

Paradas Cardíacas e Óbito

Segundo o relato do pai, a intubação desencadeou uma série de paradas cardíacas. Benício sofreu seis paradas consecutivas, com tentativas de reanimação em cada uma delas. Infelizmente, a última parada cardíaca foi fatal, e o menino faleceu às 2h55 da madrugada de domingo.

Investigação e Apuração dos Fatos

Denúncia e Abertura de Inquérito Policial

No dia 25, a família de Benício formalizou uma denúncia à Polícia Civil, alegando que a administração da adrenalina por via intravenosa foi a causa das paradas cardíacas e, consequentemente, da morte da criança. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso.

Apuração Ética pelo Conselho Regional de Medicina

No dia seguinte à denúncia, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) informou a instauração de um processo ético, em caráter sigiloso, para apurar a conduta da médica responsável pelo atendimento de Benício, Juliana Brasil Santos.

Afastamento de Profissionais pelo Hospital

Diante da repercussão do caso, o Hospital Santa Júlia decidiu afastar a médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem envolvida no atendimento de Benício.

Admissão de Erro e Depoimentos

No relatório do hospital enviado à Polícia Civil, a médica Juliana Brasil Santos admitiu ter errado ao prescrever adrenalina na veia de Benício Xavier. Ela alegou ter comentado com a mãe da criança que a medicação deveria ser administrada por via oral e expressou surpresa com o fato de a equipe de enfermagem não ter questionado a prescrição. A técnica de enfermagem, Raiza Bentes, afirmou em seu depoimento que apenas seguiu a prescrição médica ao aplicar a dose de adrenalina.

Classificação do Caso e Prisão Negada

O delegado Marcelo Martins, responsável pela investigação, classificou o caso como homicídio doloso qualificado. No entanto, o pedido de prisão preventiva da médica foi negado pela Justiça, que considerou não haver “fundamentos suficientes” para manter a prisão. A profissional segue respondendo o processo em liberdade.

Conclusão

O caso Benício é um lembrete trágico da importância da segurança do paciente, da comunicação clara entre profissionais de saúde e da adesão rigorosa aos protocolos médicos. A investigação em curso deverá esclarecer as responsabilidades e determinar se houve negligência ou erro médico na conduta dos profissionais envolvidos. Este caso ressalta a necessidade de sistemas de saúde que priorizem a segurança e o bem-estar dos pacientes, prevenindo futuras tragédias.

FAQ

1. Qual foi a causa da morte de Benício Xavier de Freitas?
A causa da morte de Benício foi apontada como consequência de paradas cardíacas após a administração intravenosa de adrenalina, conforme a denúncia dos pais e a investigação em andamento.

2. Quais profissionais foram afastados pelo Hospital Santa Júlia?
O Hospital Santa Júlia afastou a médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem envolvidas no atendimento de Benício.

3. Qual a classificação do caso pela Polícia Civil?
O caso foi classificado pela Polícia Civil como homicídio doloso qualificado, embora a Justiça tenha negado o pedido de prisão preventiva da médica.

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Fonte: https://g1.globo.com

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