A Rússia está investindo em uma abordagem inovadora para coleta de informações e vigilância: o uso de pombos equipados com chips cerebrais. Este programa, que combina neurotecnologia com a capacidade natural de navegação das aves, visa criar um sistema de espionagem discreto e eficiente. As aves, submetidas a implantes de eletrodos, podem ser controladas remotamente, abrindo um leque de possibilidades para monitoramento e coleta de dados em áreas de difícil acesso ou onde a presença humana seria facilmente detectada. O projeto representa um avanço significativo na aplicação de tecnologia para fins militares e de segurança, ao mesmo tempo que levanta questões éticas sobre o uso de animais em operações de espionagem.
Pombos “Biodrones” Controlados por Neurotecnologia
O projeto, liderado pela empresa Neiry e apelidado de “biodrone PJN-1”, envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro de pombos comuns. Esses eletrodos permitem o controle remoto da ave, guiando-a para alvos predefinidos. O sistema se baseia na capacidade de influenciar os instintos de orientação e motivação do pombo, fazendo com que ele siga as rotas desejadas pelo operador.
Como Funciona o Sistema?
Os pombos recebem uma pequena mochila equipada com GPS, receptor e outros componentes eletrônicos, conectada ao chip implantado. Essa mochila permite a comunicação bidirecional com o operador, enviando dados de localização e recebendo comandos de direção. Os estímulos enviados ao cérebro do pombo simulam a sensação de que ele próprio deseja seguir determinada rota. É possível controlar a direção do voo, enviando sinais para virar à esquerda, direita, seguir em frente ou retornar.
Alcance e Autonomia
A tecnologia inclui painéis solares que garantem a energia necessária para o voo. Os pombos podem voar até 500 km a cada 24 horas e mais de 3 mil km em uma semana, tornando-os uma ferramenta versátil para missões de longa distância. Um dos benefícios é que os pombos não precisam passar por treinamento extensivo para serem utilizados nas missões, já que o controle é feito diretamente através dos estímulos cerebrais.
Aplicações Além da Espionagem
Embora o foco inicial seja a espionagem, as aplicações potenciais dos “biodrones” vão além. A empresa desenvolvedora vislumbra o uso dos pombos em diversas outras áreas, como:
Monitoramento Ambiental e Industrial
Os pombos equipados com sensores podem coletar dados sobre a qualidade do ar, níveis de poluição e outras variáveis ambientais em áreas remotas ou perigosas. Eles também podem ser utilizados para monitorar a integridade de instalações industriais, como oleodutos e usinas de energia.
Busca e Resgate
A capacidade de acessar áreas de difícil acesso torna os pombos uma ferramenta valiosa para operações de busca e resgate. Eles podem ser enviados para localizar vítimas em áreas de desastre ou em terrenos acidentados.
Expansão para Outras Aves
A tecnologia de neurochip tem o potencial de ser aplicada a outras aves, ampliando ainda mais as capacidades do programa. A empresa planeja realizar a implantação em aves de porte maior, como corvos, para o transporte de cargas pesadas, e gaivotas, para patrulhar regiões costeiras. Albatrozes com chips implantados poderiam participar de grandes operações marítimas, substituindo os drones.
Conclusão
O desenvolvimento de pombos com chips cerebrais para fins de espionagem representa um avanço significativo na tecnologia de vigilância. Embora a iniciativa prometa novas capacidades para coleta de informações e monitoramento, também levanta questões éticas importantes sobre o uso de animais em operações militares e de segurança. O futuro dirá se essa tecnologia se tornará amplamente utilizada ou se permanecerá uma curiosidade científica.
FAQ
1. Qual é a taxa de sobrevivência dos pombos após a cirurgia de implantação dos eletrodos?
A empresa Neiry não revelou a taxa de mortalidade exata, mas afirmou que está trabalhando para alcançar 100% de sobrevivência.
2. Os pombos podem ser rastreados facilmente devido à mochila que carregam?
Devido à grande quantidade de pombos na Rússia, os animais com a mochila acoplada podem se misturar com as aves comuns, tornando mais difícil a identificação visual.
3. A tecnologia pode ser usada em outros animais além de aves?
Sim, a empresa afirma que o projeto com neurochip permite controlar remotamente qualquer animal que passe pela cirurgia.
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Fonte: https://tvmegabrasil.com.br
