A trágica morte de um bebê de um ano e sete meses, ocorrida em Presidente Figueiredo, no Amazonas, levanta sérias questões sobre os protocolos médicos e a segurança do paciente em hospitais municipais. O caso, registrado como homicídio culposo, está sendo investigado pela polícia, enquanto a família busca respostas e justiça pela perda. A alegação central é que uma suposta overdose de anestesia durante um procedimento cirúrgico para corrigir fimose teria levado ao óbito da criança. A denúncia da mãe e a complexidade do caso colocam em foco a necessidade de rigor e transparência nos serviços de saúde, além da importância de uma investigação completa para apurar as responsabilidades.
Morte Durante Cirurgia e Denúncia de Negligência
O pequeno Pedro Henrique Falcão faleceu no dia 11 de novembro, durante uma cirurgia realizada na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão. De acordo com a mãe, Stefany Falcão Lima, a causa da morte foi uma dose excessiva de anestesia administrada pelo anestesiologista responsável pelo procedimento, identificado como Orlando Calendo Ignacio Astampo.
Alegações da Mãe e a Sequência dos Fatos
Stefany relata que seu filho foi inicialmente levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) devido a dores no ouvido. Durante a consulta, o pediatra diagnosticou fimose e iniciou o tratamento adequado. Dias depois, a criança retornou à UBS e foi encaminhada ao hospital para avaliação e posterior cirurgia.
A mãe afirma que, durante o procedimento, o anestesiologista teria aplicado doses elevadas de anestesia após a primeira sedação não ter surtido o efeito desejado. Além disso, ela alega que a intubação foi iniciada sem a ventilação adequada e que o médico não solicitou ajuda prontamente quando os sinais vitais do bebê começaram a declinar. “Ao notar que a saturação e os sinais vitais de meu filho estavam caindo progressivamente, e percebendo a inércia do anestesiologista em buscar ajuda adequada, eu mesma pedi para a enfermeira do centro cirúrgico chamar o pediatra da unidade. O anestesiologista não pediu ajuda de forma proativa”, disse Stefany.
Repercussão e Ações Tomadas Pelo Hospital
Documentos obtidos revelam que o pediatra presente na sala de cirurgia iniciou manobras de reanimação e questionou o anestesiologista sobre as medicações utilizadas, mas não obteve resposta imediata. O pediatra também registrou que a sala não estava adequadamente preparada para atender pacientes pediátricos.
O diretor clínico do hospital confirmou que o anestesiologista atuava na unidade desde 2020 ou 2021, após passar por um processo seletivo. Após o incidente, o médico solicitou exoneração do cargo, alegando não ter mais condições psicológicas para continuar trabalhando no hospital. O diretor também afirmou que a família teve acesso aos prontuários e relatórios do procedimento.
Investigação Policial e Próximos Passos
O caso foi registrado no 37º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo como homicídio culposo, decorrente, a priori, de imperícia médica. A investigação está em andamento, com depoimentos sendo colhidos e documentos hospitalares sendo solicitados para apurar as responsabilidades.
Desdobramentos da Investigação
O delegado responsável pelo caso, Valdinei Silva, informou que a polícia está ouvindo a equipe médica presente durante o procedimento e que a mãe da vítima também será ouvida. Até o momento, não há indicação da necessidade de prisão preventiva do médico anestesiologista.
Conclusão
A morte do bebê em Presidente Figueiredo é um caso grave que exige uma apuração completa e transparente. As alegações de negligência e erro médico precisam ser investigadas a fundo para determinar as responsabilidades e garantir que medidas sejam tomadas para evitar que tragédias como essa se repitam. A busca por justiça da família é legítima e merece toda a atenção das autoridades competentes.
FAQ
1. Qual foi a causa da morte do bebê?
A causa da morte, segundo a família, foi uma suposta overdose de anestesia durante uma cirurgia para corrigir fimose. A polícia investiga a alegação de negligência médica.
2. O que aconteceu com o anestesiologista responsável pelo procedimento?
O anestesiologista pediu exoneração do cargo após o incidente, alegando não ter condições psicológicas para continuar trabalhando no hospital.
3. Qual é o status da investigação policial?
O caso está sendo investigado como homicídio culposo, decorrente, a priori, de imperícia médica. A polícia está colhendo depoimentos e analisando documentos para apurar as responsabilidades.
Se você ou alguém que você conhece foi afetado por negligência médica, procure orientação jurídica para entender seus direitos e buscar justiça. Não hesite em denunciar casos de má prática médica para garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde.
Fonte: https://g1.globo.com